quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

PROPOSTA PEDAGOGIACA

APOOSTILA PREPARATÓRIA PARA A PROVA E O CONCURSO PÚBLICO DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO


COLABORAÇÃO DOS PROFESSORES:


RAFAEL FAZZIO RACHID
TIAGO DE OLIVEIRA
HORACIO
ANDRE PEREIRA MAZINE
CESAR LUIS
DEBORA MARA
TITO
DEINHO
RODRIGO (CARIOCA)
SIRLENE
ILIANA MARCELINO PINHEIRO
NELI APARECIDA
JAIME
LUIS CARCERES
CLAUDINEI BELO
ADALTO DELLA VIOLLA
WILSON ROBERTO MADUREIRA
RESENHA SOBRE A PROPOSTA CURRICULAR





Secretaria da Educação descreve a atual proposta curricular implantada na rede desde 2008 como um projeto para os níveis de ensino fundamental e médio, sob coordenação da professora Maria Inês Fini, da assessoria da pasta de educação.
A professora Maria Inês Fini é aposentada do departamento de educação da Unicamp, já ocupou cargos no MEC e foi uma das responsáveis pela implantação do ENEM, sendo muito próxima de Maria Helena Guimarães de Castro, atual secretaria de educação, e de Guiomar Namo de Mello, comungando das idéias centrais defendidas por ambas, ancoradas em uma conceituação inovadora de currículo e avaliação, de construção coletiva e autônoma da proposta pedagógica, de respeito às diferenças etc, mas com tratamento de mão de ferro aos professores, que buscam responsabilizar pelas mazelas da educação.
Na apresentação da proposta definem-se três conjuntos de documentos, a saber: 1. Documento básico com princípios orientadores; 2. Documento de orientações para a gestão do currículo na escola; 3. Os cadernos do professor.

1. APRESENTAÇÃO

DOCUMENTO 1 – Princípios orientadores

Objetivos:

• Propor um currículo para os níveis de ensino fundamental II e médio
• Melhoria da qualidade das aprendizagens de seus alunos
• Realizar amplo levantamento do acervo documental e técnico pedagógico
existente
• Iniciar um processo de consulta a escola e aos professores
• Ser mais do que uma declaração de intenções
• Garantir a todos uma base comum de conhecimentos e competências

Gestão

• Promover competências indispensáveis ao enfrentamento dos desafios
sociais, culturais e profissionais do mundo contemporâneo.

• Aborda:

- principais características da sociedade do conhecimento
- pressões que a contemporaneidade exerce sobre os jovens cidadãos
- preparar os alunos para esse novo tempo
- priorizar competências de leitura e escrita

Definição de escola – Espaço de cultura e de articulação de competências
e conteúdos disciplinares

DOCUMENTO 2 – Orientações para a Gestão do Currículo na escola

• Finalidade específica

– o gestor deve ser um líder e animador na implementação da proposta
– Disponibilizar outros programas e materiais sobre o tema gestão para:

a) Assegurar aprendizagens dos conteúdos e constituição das competências
previstas na proposta curricular
b) Estímular a vida cultural da escola e do fortalecimento de suas rela
ções com a comunidade
c) Garantir educação continuada para professores

DOCUMENTO 3 – Cadernos do Professor

• Cadernos do professor por bimestre e disciplina
• Situações de aprendizagens para orientar o professor nos conteúdos,
habilidades e competências.
• Gestão da sala de aula, avaliação, recuperação, sugestões de métodos,
estratégias do trabalho nas aulas, atividades extraclasse e estudos disciplinares.

2. EDUCAÇÃO PARA A ALTURA DOS DESAFIOS
CONTEMPORÂNEOS

Caracterização da Sociedade do Século XXI
Mundo

• O uso intensivo do conhecimento para trabalhar, conviver, exercer cidadania
e cuidar do ambiente.
• A sociedade do século XXI é produto da revolução tecnológica
• Processos políticos redesenharam relações mundiais gerando um novo
tipo de exclusão (a das tecnologias e comunicação que mediam acesso
ao conhecimento e bens culturais)
• Exclusão – Bens materiais, conhecimentos e bens culturais.

Brasil – Educação

• Democratização do acesso, mas é indispensável à universalização da
relevância da aprendizagem.
• Valorização das características cognitivas e afetivas
• Capacidade de resolver problemas, trabalhar em grupo, ser cooperativo
e continuar aprendendo.
• O diferencial na competitividade será dado pela qualidade da educação
recebida (competências constituídas na vida escolar)
• A população mais pobre acorre à qualidade para inserção no mundo do
trabalho produtivo e solidário
• Atender a adolescência precoce com ingresso tardio no trabalho
• Ampliar a importância da escola como espaço privilegiado para o desenvolvimento
do pensamento autônomo - para formar autonomia responsável
• Ser estudante significa aprender a ser livre e ao mesmo tempo respeitar
as diferenças e as regras de convivência
• Acentuar diferenças culturais, sociais e econômicas. Só uma educação
de qualidade para todos pode evitar que essas diferenças constituam
mais um fator de exclusão.
• Desenvolvimento pessoal – aprimorar capacidades de agir, pensar, atuar,
atribuir significados e ser percebido e significado pelos outros.
• Educação a serviço do desenvolvimento, da construção da identidade da
autonomia e da liberdade.
• Educação articuladora que transite entre o local e o mundial de forma
cooperativa e solidária, uma síntese dos saberes produzidos pela humanidade.
• Tal síntese é uma das condições para acessar o conhecimento necessário
ao exercício da cidadania em dimensão mundial
• Aprender a aprender – autonomia para gerenciar a própria aprendizagem
– aprender a fazer e a conviver – resultado da autonomia em intervenções
solidárias é a base para a continuidade da produção cultural e
das práticas sociais.
• Preparar indivíduos para manter o equilíbrio da produção cultural num
tempo em que a duração se caracteriza não pela permanência, mas pela
mudança constante (o inusitado, incerto, e o urgente constituem a regra
e não a exceção).
• Apropriar-se ou não desses conhecimentos, pode ser um instrumento da
ampliação das liberdades ou mais um fator de exclusão.

Princípios centrais:

• A escola que aprende
• O currículo como espaço de cultura
• As competências como eixo da aprendizagem
• Prioridade da competência da leitura e da escrita
• A articulação das competências para aprender
• Contextualização no mundo do trabalho

3. PRINCÍPIOS – CURRÍCULO

A - Escola que também aprende
• A escola deixa de ser instituição que ensina e passa a ser a que aprende
a ensinar
• A capacidade de aprender se ampliará dos alunos para a própria escola
• A tecnologia facilita a viabilização da “comunidade aprendente” porque
imprime ritmo sem precedentes ao acúmulo de conhecimentos
• A escola deve aprender que o conhecimento coletivo é maior do que a
somo dos conhecimentos individuais

B – Papel da Equipe Gestora

• A equipe gestora é responsável pela formação dos professores e esses,
em conjunto com o grupo gestor são responsáveis pela problematização
e significação dos conhecimentos.
• Os gestores como agentes formadores devem aplicar como professores
tudo aquilo que recomendar que apliquem aos alunos
• Construção coletiva da proposta pedagógica por meio da reflexão e prática
compartilhadas.

C - Currículo como espaço de cultura

ANTES – Plano de trabalho indicava o que seria ensinado ao aluno
HOJE – O foco foi dirigido para a aprendizagem, não mais a liberdade de
ensino mais o direito de aprender.

• Todas as atividades da escola são curriculares. É preciso conectar o currículo
à vida com aprendizagens relevantes para os alunos.
• O conhecimento como instrumento mobilizador em competências reforça
o sentido cultural da aprendizagem.
• Numa escola com vida cultural ativa, o conhecimento torna-se um prazer
e pode ser aprendido ao se aprender a aprender.
• O professor é o parceiro de fazeres culturais
• O Projeto pedagógico tem como prioridade a cidadania cultural e o currículo
é a referencia para ampliar, localizar e contextualizar os conhecimentos.

D - Competências como referência

• Articular as disciplinas com aquilo que se espera que os alunos aprendam
• Atuação do professor, conteúdos, metodologia e aprendizagens têm funções
específicas, mas são indissociáveis e se complementam.
• Articular as disciplinas com as competências e habilidades dos alunos
para que esses façam a leitura crítica do mundo, enfrentem problemas e
ajam de forma coerente em favor das múltiplas possibilidades de solução.
• Competência caracteriza modos de ser raciocinar e interagir, que podem
ser desprendidos das ações e das tomadas de decisão em contextos de
problemas, tarefas ou atividades.
E – Caracterização dos alunos

• Alunos de 11 a 18 anos estão em momento complexo e contraditório, o
que deve orientar nossa proposta sobre o papel da escola nessa fase da
vida.
• Ponderar aspectos curriculares, recursos cognitivos, afetivos e sociais
que os alunos dispõem.
• Analisar como o professor mobiliza conteúdos visando desenvolver competências
em adolescentes

TRIADE SOBRE QUAIS COMPETENCIAS E HABILIDADES SÃO
DESENVOLVIDAS
• O adolescente e suas características de ações e pensamentos
• O professor e suas características e a qualidade de suas mediações
• Conteúdos e metodologias para seu ensino e aprendizagem

Motivo – democratização da escola e equidade é tarefa coletiva tendo a
frente o gestor para capacitar o professor em seu dia a dia. A unidade não
é obtida no ensino, mas na igualdade de oportunidades, na diversidade,
para garantir a todos uma base comum.


4. PRIORIDADE - COMPETÊNCIA DE LEITURA E
ESCRITA

• O ser humano constitui-se num ser de linguagem e disso decorre todo o
restante
• É na adolescência que a linguagem torna-se instrumento para compreender
e agir sobre o mundo real.
• Importante não apenas o domínio da língua mais de todas as outras linguagens.
As linguagens são sistemas simbólicos
• Na sociedade atual as linguagens e os códigos se multiplicam: os meios
de comunicação estão repletos de gráficos, esquemas, diagramas, fotografias
e desenhos.
• Para acompanhar tal contexto, a competência de leitura e escrita vai
além da linguagem verbal vernácula, refere-se a sistemas simbólicos,
tendo como base o pensamento antecipatório, combinatório e
probabilístico.

Antecipatório – Antecipar as conseqüências de uma ação sem precisar
realizá-la

Combinatório – Fazer combinações e analisar hipóteses sem precisar conferi-
las de antemão
Probabilístico – Estabelecer relações de relações – imaginar um objeto e
agir sobre ele decidindo se vale a pena ou não interagir com ele ou em
outro plano.

Criança – Realiza e compreende o falar, pensar ou sentir, mas não o sabem
como forma de linguagem.

Adolescente – É possível transformar o ser humano em um ser de linguagem,
em sua expressão mais radical – uma forma de compreensão e ação
sobre o mundo.

• A cultura da linguagem, do ponto de vista, social e afetivo, possibilita ao
adolescente aprender, pouco a pouco, a considerar suas escolhas em
uma escala de valores.
• É em virtude da centralidade da linguagem, no desenvolvimento da Criança
e do adolescente que se prioriza, como objetivo de todas as disciplinas,
a competência leitora e escritora e só por meio dela será possível
constituir as demais competências.
• A Responsabilidade pela aprendizagem e avaliação cabe a todos os professores
• O domínio das linguagens é um dos elementos de conquista e autonomia.

5. ARTICULAÇÃO DAS COMPETENCIAS PARA
APRENDER

• A aprendizagem é o centro da atividade escolar
• Papel do Professor: que é o profissional da aprendizagem e não tanto
do ensino: Apresentar e explicar os conteúdos, organizar situações para
a aprendizagem de conceitos, métodos, formas de agir e pensar, promover
conhecimentos que se mobilizados em competências e habilidades,
que instrumentalizem os alunos para enfrentar os problemas do mundo
real (educar para a vida).
• Papel da Escola: que não é a única detentora do conhecimento e da
informação: preparar o aluno para viver em sociedade que não exige
maior quantidade de ensino e sim melhor qualidade da aprendizagem.
Mais que os conteúdos isolados as competências são guias eficazes
para a vida. É exatamente a possibilidade de variar os conteúdos no
tempo e no espaço que legitima a iniciativa dos diferentes sistemas públicos
de ensino.

A proposta curricular adota como competências para aprender as
formuladas pelo referencial teórico do ENEM voltado para a
competência do ler e escrever:

I – Dominar a norma culta da Língua Portuguesa e fazer uso das linguagens
matemática, artística e científica:
LER: é interpretar (atribuir sentido ou significado)
ESCREVER: é assumir uma autoria individual ou coletiva (tornar-se responsável
por uma ação e suas conseqüências)

II – Construir e aplicar conceitos das várias áreas do conhecimento
para a compreensão de fenômenos naturais, de processos históricogeográficos,
da produção tecnológica e das manifestações artísticas.
LER: modo de compreender, assimilar experiências ou conteúdos disciplinares
(e os modos de sua produção).
ESCREVER: Expressar sua construção ou reconstrução com sentido

III – Selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e informações representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar
situações-problema.
LER: Antecipar, de forma comprometida, a ação para intervir no fenômeno
e resolver os problemas decorrentes deles.
ESCREVER: Dominar os muitos formatos que a solução do problema comporta

IV - Relacionar informações representadas em diferentes formas, e
conhecimentos disponíveis em situações concretas, para construir argumentação consistente.
LER: Sintetizar a capacidade de escutar, supor, informar-se, relacionar,
comparar, etc.
ESCREVER: dominar os códigos que expressam a defesa ou a reconstrução
de argumentos

V – Recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para elaborar
propostas de intervenção solidária na realidade, respeitando os
valores humanos e considerando a diversidade sócio-cultural.
LER: Antecipação de uma intervenção sobre o fenômeno, com tomada de
decisões a partir de uma escala de valores.
ESCREVER: Formular um plano para a intervenção, levantar hipóteses sobre
os meios eficientes para garantir resultados.

SÍNTESE: REALIZAÇÃO DE PROJETOS ESCOLARES QUE OS ALUNOS
APRENDEM A CRITICAR, RESPEITAR E PROPOR PROJETOS VALIOSOS
PARA TODA A SOCIEDADE.

6. ARTICULAÇÃO COM O MUNDO DO TRABALHO

• A legislação estabelece que no ensino básico não se trata de formar
especialistas nem profissionais, mas preparar para assumir plenamente
a cidadania o que passa pela alfabetização científica, humanista, lingüística,
artística e técnica, para que sua cidadania tenha qualidade. O
prazo para isso é todo o Ensino Básico.
• Que limitações e potenciais têm os enfoques próprios das áreas
• Que práticas humanas, das mais simples às mais complexas, têm fundamento
ou inspiração nessa ciência, arte ou área de conhecimento?
• Quais as grandes polêmicas nas várias disciplinas ou áreas de conhecimento?

A RELAÇÃO ENTRE TEORIA E PRÁTICA EM CADA
DISCIPLINA DO CURRÍCULO

• Compreender como a teoria se aplica em contextos reais ou simulados,
pois parte dos problemas de qualidade do ensino decorre da dificuldade
em destacar a dimensão prática do conhecimento, tornando-o verbalista
e abstrato.

Exemplos:

1. Reproduzir a indagação de origem – a necessidade que levou a construção
do conhecimento.
2. História é considerada teórica, mas nada é tão prático quanto entender
a origem de uma cidade e as razões da configuração urbana
3. Química é considerada mais prática por envolver atividades em laboratório,
mas nada é mais teórico do que o estudo da tabela de elementos
químicos.
Não é preciso ser químico para escolher o que se vai comer.
Os cidadãos plenos devem adquirir discernimento e conhecimentos pertinentes
para tomar decisões em diversos momentos, em relação à escolha
de alimentos, uso da eletricidade consumo de água, seleção de programas
de TV ou escolha do candidato a um cargo político.

AS RELAÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA

A lei determina que deva se associar o currículo a “compreensão dos
fundamentos científicos dos processos produtivos” e detalha nas Diretrizes
Curriculares Nacionais que o aluno deve demonstrar ao final da Educação
Básica, o “domínio dos princípios científicos e tecnológicos da produção
moderna”.

1. Alfabetização tecnológica - entender as tecnologias da história humana
como elementos da cultura, como parte das práticas sociais,
culturais e produtivas com o sentido de preparar para viver e conviver
em um mundo no qual a tecnologia está cada vez mais presente
em qualquer situação sócio econômica: tarja magnética, celular, código de barras etc.
2. Compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos da produção – A tecnologia é a chave para relacionar o currículo ao mundo da produção de bens e serviços, mas deve se evitar a existência de disciplinas “tecnológicas” isoladas dos conhecimentos que lhe fundamentam.
PRIORIDADE PARA O CONTEXTO DO TRABALHO

• O trabalho enquanto produção de bens e serviços revela-se como a prática
humana mais importante para conectar os conteúdos do currículo
com a realidade.
• O valor do trabalho incide em toda a vida escolar desde a valorização
dos trabalhadores da escola e da família, até o respeito aos trabalhadores
da comunidade, o conhecimento do trabalho como produtor da riqueza
e o reconhecimento de que um dos fundamentos da desigualdade
social é a remuneração injusta do trabalho.
• O trabalho deve aparecer contextualizado nos conteúdos escolares
• O currículo não pode deixar de incluir os tipos de trabalho e as carreiras
profissionais aos quais se aplicam os conhecimentos das áreas ou disciplinas
curriculares.

O CONTEXTO DO TRABALHO NO ENSINO MÉDIO

• O mundo do trabalho passa por transformações profundas
• Lei 5692/71 – tenta unir o ensino profissional e o propedêutico, mas
descaracteriza a formação geral, sem ganhos significativos para o profissional.
• A preparação deve prever a flexibilidade a novas condições de ocupação
ou aperfeiçoamento posteriores
• Ênfases curriculares diferentes – autonomia para eleger as disciplinas
específicas e suas respectivas cargas horárias dentro das três grandes
áreas instituídas pelas DCNs, trabalhando conteúdos para constituir competências
básicas que sejam pré-requisitos para a formação profissional,
o que pode ser realizada em disciplinas de formação básica do Ensino Médio.



Esperamos com esta Apostila colaborar com seus estudos.
Pois e esse nosso compromisso com você PROFESSOR.
Parabéns aos Professores que colaboração com esta cartilha.
Obrigado.







PROF. RAFAEL FAZZIO RACHID

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